Monday, 29 October 2007
Friday, 26 October 2007
Porto dos Mendes e os Sinos (Parte do Dossiê apresentado ao IEPHA no exercício de 2008 pela cidade de Nepomuceno a partir da Paginar)
Os sinos
Os sinos são instrumentos de percussão que produzem sons a partir do contato do badalo com o bojo. Em Porto dos Mendes, a capela de São Sebastião do Porto dos Mendes tem dois sinos que ficam no alto da torre. Eles são freqüentemente badalados para chamar os fiéis.
Os sinos são instrumentos de percussão que produzem sons a partir do contato do badalo com o bojo. Em Porto dos Mendes, a capela de São Sebastião do Porto dos Mendes tem dois sinos que ficam no alto da torre. Eles são freqüentemente badalados para chamar os fiéis.
Não se sabe quem inventou o sino, mas sinos e sinetes foram encontrados entre artefatos do Egito Antigo. Esses utensílios eram, possivelmente, usados em cerimônias religiosas ou festas com música.
Na China Antiga, os sinos faziam parte dos mosteiros budistas, mas também se relacionavam a vida dos guerreiros.
“A esse respeito, algo similar ocorre na China, entre o tambor e o sino: ambos foram inventados por Tch’ouei, ministro de Chouen e mestre da dança cósmica do faisão, que produz o trovão e o movimento das estações do mundo; tanto um quanto o outro são suspensos em dois pórticos ornados de dragões: aquele evoca o despertar da potência vital, e o balanço do instrumento que atravessa o pórtico traduz com precisão as condições análogas ao balanço. O uso guerreiro dos instrumentos é contudo diferenciado, em verdade complementar: o som do tambor , indica o Tsoutchouan, dá o sinal do combate; o do sino anuncia que se chegou ao seu fim.”[1]
Os sinos para os chineses da antiguidade representam o som divino e universal que remete à idéia da criação, do som primordial.
“A noção do Som primordial não é diferente do simbolismo chinês do sino. É ele, o “sino amarelo” (houang-tchong), que dá a nota fundamental kong, origem de toda a gama e geratizes de sons, em correspondência com as estações, os orientes, os nomes, as cores etc. (Yue-ling). Especificamente, o sino amarelo está em relação com o solstício de inverno, origem do ciclo anual, assim como com o “eixo” do ano, a transição efêmera da estação, naquele momento em que o Soberano, observando-se no ming-t’ang as etapas do ciclo solar, faz um retorno ao centro.”[2]
Os sinos para o ocidente se associam à cristandade e à história da fundição. Segundo Alexandre Leite, professor da FEUP e comissário da exposição “Sinos: a partir da fundição” em Portugal, afirma que a disposição de muitos sinos medievais na exposição indica o caminho seguido pelo desenvolvimento das técnicas de fundição. Nesse sentido, ele acopla o desenvolvimento dos sinos na Idade Média a um desenvolvimento tecnológico do ocidente.
A Idade Média é o momento da história em que o sino marca a relação do homem com a divindade e com os acontecimentos do cotidiano. Os sinos avisavam das guerras, mortes, nascimentos, casamentos, missas, dias santos, etc. Era um meio de comunicação nas vilas, mas também se referia á divindade, como se Deus pudesse falar pelos sons dos sinos. E o local onde era colocado já demonstrava a percepção que os religiosos e fiéis tinham acerca do significado do sino. Sino em latim vem da palavra signus, que tem o sentido de sinal. Esse sinal é compreendido como o objetivo dos sinos – sinalizar os acontecimentos e a divindade. [3]
No Brasil, os sinos foram trazidos pelos cristãos portugueses e com eles vieram o simbolismo e a sinalização dos badalos dos sinos no alto das torres das igrejas. Em São João Del Rey, a tradição de badalar os sinos ainda é preservada em suas igrejas barrocas. Os sinos eram tocados quando nasciam os filhos de alguma autoridade, diferenciando o toque se eram meninos ou meninas. Para cada evento havia um código sonoro conhecido pela comunidade. [4]
Porto dos Mendes
O Porto dos Mendes é um povoado de Nepomuceno. Está às margens do Lago de Furnas, em frente ao Porto dos Mendes da cidade de Campo Belo. Segundo Barbosa[5], o nome antigo da localidade é São Sebastião do Porto dos Mendes. Encontramos menção ao arraial em um inventário do Sul de Minas, datado de 1868. A Sra. Mariana Felisbina dos Reis era moradora do Porto dos Mendes e passou uma procuração para receber uma herança.[6] Essa fonte nos confirmou o nome do Porto dos Mendes na segunda metade do século XIX. Mas acreditamos que o lugar tivesse outro nome antes desse porque não há nenhum registro de Porto dos Mendes antes desse inventário e o povoado existe possivelmente desde o final do século XVIII.
Segundo o Sr. Giovander Brás Reis, ele era conhecido como Porto de São Sebastião dos Mendes. O nome do santo é referente à Capela de São Sebastião do Porto dos Mendes, construída em 1810. Já em relação ao nome Mendes, a única informação que encontramos estava nos manuscritos de Manoel Corrêa de Souza Lima[7]. Ele afirma que o Porto dos Mendes tem esse nome porque ficava nas terras da família Mendes. O Rio Grande dividiria a fazenda em duas e, então, formaram-se dois lugarejos, um do lado direito e o outro do lado esquerdo. Hoje, comenta-se que o Rio Grande separa o sul do oeste de Minas.
Há muitos registros em inventários e testamentos do Sul de Minas, do século XVIII e início do século XIX, de um lugar denominado Nossa Senhora do Porto. Mas tudo indica que eles se referem ao Porto do Turvo, a não ser pelo detalhe em alguns inventários que afirmam pertencer a capela do porto à freguesia de Lavras ou freguesia de São João Del Rey, especificando que o porto era do Rio Grande.
“Aos nove dias do mês de Janeiro do ano de mil setecentos e sessenta e quarto, em casa de Manoel Marinho de Moura, da Capela de Porto do Rio Grande, desta Freguesia de São João D´EL Rey, receberam em matrimonio os contraentes JOSÉ LEITE RIBEIRO, natural e batizado na Freguesia de Santana do barroso, termo da Vila de Guimarães, do Arcebispado de Braga, filho legítimo de Francisco Leite Ribeiro e de Izabel Ferreira; com ESCOLÁSTICA MARIA DE JESUS MORAES, natural e batizada na dita freguesia de Nossa Senhora do Pilar, desta Vila de São João D´EL Rey, filha legítima de Lourenço Correa Sardinha e de Maria da Assunção Moraes, fregueses desta Freguesia.”[8]
“Inventário dos bens que ficaram por falecimento de Domingos Rodrigues Goulart de quem é viúva e Inventariante sua mulher Dona Theresa Maria de Jesus
Data: 11-12-1809
Local: Fazenda denominada a Cachoeira do Campo, Aplicação de Nossa Senhora do Porto do Rio Freguesia de Santa Ana das Lavras do Funil Termo da Vila de São João del Rei, Minas e Comarca do Rio das Mortes em casas de morada de Dona Theresa Maria de Jesus, viúva.”[9]
“Inventário dos bens que ficaram por falecimento de Dona Isabel Pedrosa de quem é Inventariante e Testamenteiro seu filho Manoel da Costa Silva.
Data: 20-10-1813
Local: Fazenda do Ribeirão de São João, Aplicação de Nossa Senhora do Porto, Freguesia de Lavras do Funil Termo da Vila de São João del Rei, Minas e Comarca do Rio das Mortes.”[10]
“O Inventário dos bens que ficaram por falecimento de Jose Rodrigues Goulart de quem é viuva inventariante sua mulher Isabel Pedrosa.
Data: 10 de Dezembro de 1811
Local: Fazenda denominada do Ribeirão de São João da Aplicação de Nossa Senhora do Porto do Rio Grande, Freguesia de Santa Ana das Lavras do Funil, Termo da Vila de São João del Rei, Minas e Comarca do Rio das Mortes, em casas de morada de Dona Isabel Pedrosa, viúva (...).”
Ao que tudo indica, a Capela do Porto do Rio Grande pertencente à freguesia de Lavras do Funil existe desde meados do século XVIII, mas não podemos afirmar com certeza que seja no lugar onde está Porto dos Mendes. Assim, acreditamos que se houvesse outra igreja em Porto dos Mendes, ela não existe mais e que a atual Capela de São Sebastião do Porto dos Mendes foi construída no final do século XVIII e reformada em 1810, como afirmam os moradores do lugar[11]. Inicialmente, foi feita bem menor que a atual. E quando foi erguida, os habitantes do Porto levaram dois sinos para compor a torre.
Segundo o Sr. Donizete Brás Ferreira, as imagens e os sinos da igreja de São Sebastião do Porto dos Mendes vieram para a capela quando ela foi construída. As imagens foram compradas na Casa Sucena, uma importante loja de produtos religiosos do Rio de Janeiro, no século XIX. Para ele, o sino veio do mesmo lugar, mas não há inscrições que comprovem sua origem.
A Casa Sucena pertencia ao Conde de Sucena e ao Comendador Pereira de Sousa. Ela ficava no Rio de Janeiro e vendia objetos de igreja. Funcionava desde o final do século XIX e tinha uma filial em Paris. Hoje, ainda existe uma loja com esse nome que funciona no bairro Méier no Rio de Janeiro[12].
Os sinos do Porto dos Mendes têm um brasão em alto relevo. Pesquisamos entre os brasões e as bandeiras da Coroa Portuguesa e do Império Brasileiro e encontramos um símbolo semelhante. Há a presença da coroa no alto, com uma cruz sobre ela. No centro, há um globo trespassado por faixas e uma cruz templária em seu interior. Ao redor, há um ramo com um laço do lado oposto da coroa.
Essa bandeira entrou em vigor pelo Decreto de 18 de setembro de 1822, Foi elaborada por José Bonifácio e Debret. Foi usada do dia do decreto ao dia primeiro de dezembro do mesmo ano.
“Hei por bem, e com parecer do meu Conselho de Estado, Determinar o seguinte: Será de ora em diante o Escudo das Armas deste Reino do Brasil, em campo verde, uma Esfera Armilar de ouro atravessada por uma Cruz da Ordem de Cristo, sendo circulada a mesma Esfera de dezenove Estrelas de prata em uma orla azul: a firmada a Coroa Real diamantina sobre o Escudo, cujos lados serão abraçados por dois ramos das plantas de Café e Tabaco, e ligados na parte inferior pelo laço da Nação. A Bandeira Nacional será composta de um paralelogramo verde, e nele inscrito um quadrilátero romboidal cor de ouro, ficando no centro deste o Escudo das Armas do Brasil.(…)”[13]
Diante dessas evidências, sugerimos que os sinos foram feitos por volta do ano de 1822, entre setembro e dezembro, utilizando o brasão em vigor naquele momento. Isso invalida a afirmação do Sr. Donizete, indicando que o sino chegou a Porto dos Mendes após 1822. Nesse sentido, a capela de São Sebastião do Porto dos Mendes ficou sem sino por alguns anos ou com um sino de sonoridade pior. Segundo o Sr. Sebastião Pereira, morador de Nazaré de Minas, o Sr. Manoel Damasceno Pereira, antigo responsável pela igreja, lhe contou que o sino teria chegado a Porto dos Mendes em 1815. Possivelmente, o primeiro sino chegou nesta data e o par de sinos atual, possivelmente datados de 1822, foi levado neste ano ou em 1823 para o lugarejo e trocado pelo sino anterior.
O Rio Grande, como o próprio nome diz, é um rio largo e caudaloso. No século XIX e no início do XX, era navegável e foi utilizado para transportar a produção agrícola do sul de Minas para São Paulo e trazer produtos de outros lugares para a sua comercialização nos arredores. O Porto dos Mendes, nessa época, era um dos portos de escoamento e chegada dessas mercadorias. Acreditamos que a localidade fosse maior e mais próspera que Nepomuceno e Campo Belo, municípios a quem pertencem hoje os Portos dos Mendes. Na região, supomos que fosse o maior e mais movimentado centro de comércio por causa dos trabalhos do porto. No início do século XX, o Porto dos Mendes ainda participava de grande circulação de mercadorias. Havia um barco a vapor que fazia o percurso e uma balsa para a travessia. Com a chegada das ferrovias, muitos fazendeiros das proximidades pagavam o Vapor para atingir as estações ferroviárias e, a partir daí, percorrer maiores distâncias[14].
Na primeira metade do século XX, alguns monges capuchinhos visitaram o Porto dos Mendes e viram os sinos na torre da igreja de São Sebastião. Comentaram que aqueles eram sinos raros e de grande valor. Os religiosos ficaram espantados porque viram apenas três sinos semelhantes em suas andanças pelo Brasil.
O Porto dos Mendes sofreu com epidemias, como a de malária que acometeu os moradores do lugar, em 1927. Segundo o depoimento do Sr. Daruiche Lasmar, seu pai, o comerciante Elias Lasmar, chegou ao Brasil em 1914 e se mudou para o Porto dos Mendes na década de 1920. Em 1927, saiu da localidade por causa dessa epidemia de malária que atingiu o Porto.
Acreditamos que o Porto dos Mendes tenha diminuído a sua população nessa década e na seguinte, porque além dos dados acerca da epidemia, consta que o Porto dos Mendes de Campo Belo deixou de ser um distrito para retornar à condição de lugarejo. O mesmo aconteceu no lado nepomucenense. Em conversas com moradores, eles constaram que havia um cartório na localidade e que ele foi retirado[15].
O Porto dos Mendes sofreu ainda mais com a construção de Furnas, na década de 1960. Perdeu 260 casas inundadas pelo Lago da represa e muitas ruas foram inundadas. A Igreja de São Sebastião do Porto dos Mendes que se localizava no alto de um morro, passou a se estabelecer mais próximo à água.
O toque dos sinos de Porto dos Mendes, assim como em São João Del Rey, tem sua tradição guardada até hoje. A família do Sr. Donizete Brás Ferreira é responsável pelo toque dos sinos desde o início do século XX. O primeiro a tocar os sinos na linhagem do Sr. Donizete foi o Sr. Manoel Brandão, possivelmente no século XIX. Ele era da família do Sr. Manoel Damasceno, avô do Sr. Donizete. O Sr Manoel Damasceno Pereira foi o responsável pela igreja por toda a vida. Nasceu em 1863 e faleceu em 1946. Era casado com D. Carlota Tereza Damasceno e teve muitos filhos: Antônio Damasceno Pereira, Joaquim Damasceno, Ana Carlota Basto, Sebastião Damasceno, Mariana Carlota, Pedro Damasceno, Celina Carlota e Helena Carlota Ferreira.
O Sr. Manoel Damasceno Pereira aprendeu a tocar os sinos com um padre português que passou uns tempos em Porto dos Mendes. Esse conhecimento foi sendo passado. Após o falecimento do Sr. Manoel, seu filho, Sr. Pedro Damasceno assumiu o toque. Mais tarde passou para o Sr. Antônio Damasceno Pereira que manteve a tradição até falecer, ainda neste século. Há alguns anos, o Sr. Donizete assumiu o trabalho do tio.
Os toques são feitos em momentos importantes do povoado e para chamar os fiéis para as missas, que acontecem de dois em dois meses, e o culto, que ocorrem todos os dias no início da noite. Diariamente, o sino é tocado às 19:30 e, novamente, às 19:45, ambos com repiques simples, para chamar os fiéis para as orações. No Natal, a música de Natal é reproduzida com badalos dos sinos de Porto dos Mendes. Durante a Semana Santa, ele se cala para a Paixão de Cristo e só volta a repicar no sábado. Quando morre alguém, o sino dá um toque, uma pausa e mais dois toques. Os repiques para os dias de missa são mais festivos e o responsável pode criar músicas com os sinos.
O imaginário em torno dos sinos é grande, em especial, sinos com sons tão fortes e que podem ser ouvidos ao longe. Os sinos do Porto dos Mendes de Nepomuceno são ouvidos no Porto dos Mendes de Campo Belo e em algumas regiões próximas, como a baixada antes de Nazaré de Minas. Faz parte da vida das pessoas da comunidade e reflete a devoção que os fiéis têm na divindade.
[1] A CONCHA e o Sino. Disponível em: http://www.reneguenon.net/aConchaSino.html Acesso em: 03 abr. 2007, 13:00.
[2] Idem.
[3] SINOS. Disponível em: http://educaterra.terra.com.br/voltaire/artigos/sino.htm Acesso em: 02 abr. 2007, 13:20. SÃO JOÃO DEL REY. Disponível em: http://www.cidadeshistoricas.art.br/hac/artmus_03_p.php Acesso em: 02 abr. 2007, 13:30
[4] SÃO JOÃO DEL REY. Disponível em: http://www.cidadeshistoricas.art.br/hac/ artmus_03_p.php Acesso em: 02 abr. 2007, 13:30.
[5] BARBOSA, Waldemar. Dicionário Histórico-Geográfico de Minas Gerais. Belo Horizonte: Ed. Comemorativa, 1971.
[6] INVENTÁRIOS e testamentos do Sul de Minas. Disponível em: http://br.geocities.com/projetocompartilhar/cap03domingosmonteirolopesdesouza.htm Acesso em: 22 mar. 2007, 04:00.
[7] LIMA, Manoel Corrêa de Souza. Nepomuceno – o seu início. Nepomuceno, 1920. Manuscrito.
[8] INVENTÁRIOS e testamentos do Sul de Minas. Disponível em: http://br.geocities.com/projetocompartilhar6/escolasticamariadejesusmoraes1823.htm Acesso em: 22 mar. 2007, 04:50.
[9] INVENTÁRIOS e testamentos do Sul de Minas. Disponível em: http://br.geocities.com/projetocompartilhar3/domingosrodriguesgoulart1809.htm Acesso em: 22 mar. 2007, 04:00.
[10] INVENTÁRIOS e testamentos do Sul de Minas. Disponível em: http://br.geocities.com/projetocompartilhar/cap03domingosmonteirolopesdesouza.htm Acesso em: 22 mar. 2007, 04:30.
[11] Entrevista com Sr. Donizete Brás Ferreira, em Porto dos Mendes, Nepomuceno, em 2007.
[12] REDESCOBRINDO Macaé. Disponível em: http://www.joaodorio.com/Arquivo/2006/02,03/macae.htm> Acesso em: 29 mar. 2007, 14:00.
[13] BRASÃO IMPERIAL. Decreto de 18 de setembro de 1822. Disponível em: http://www.brasil imperial.org.br/bandsbr.htm Acesso em: 04 de abr. 2007, 20:00.
[14] Entrevista com João Amílcar Salgado. Belo Horizonte, março de 2006.
[15] Entrevista com Maria Aparecida Pereira de Oliveira e Gilvander Brás Reis. Nepomuceno, março de 2006.
Wednesday, 24 October 2007
Cidades de Minas: pesquisas do ICMS Cultural
No ano de 2006 e 2007, participei das atividades do ICMS Cultural, exercícios 2007 e 2008. Em 2006, trabalhei com as cidades de Nepomuceno e Pouso Alegre, elaborando IPACs e Dossiês. Neste ano, fui para Cordisburgo, Santa Vitória, Cascalho Rico, Uberlândia, Pirapora, Santa Rita de Jacutinga, Rio Preto e Nepomuceno. Cada cidade teve sua peculiaridade quanto às histórias e às fontes. Algumas despertaram maior interesse em mim que outras, mas em geral degustei cada palavra ouvida e lida como se eu estivesse abrindo um livro velho e intocado.
Em Santa Vitória, lidei com um trabalho inacabado de um senhor já falecido e amante dos fatos. Seus textos me proporcionaram muitas pistas para construir aquela história. Adorei cada momento. Pensava naquela terra ampla e larga, quente e clara todas as vezes que ia escrever. Lembrava-me do sol, do céu azul e da hospitalidade das pessoas. Gostei de ver o rio que fazia a divisa com o município vizinho e procurar incessantemente os dados sobre a antiga fazenda que deu origem ao lugar.
Cascalho Rico é uma cidade pequena cheia de pessoas alegres, entre elas, o Sargento Avenir. Ele me ajudou bastante com seu arquivo PDF sobre a história do lugar. A partir do que ele escreveu e de suas citações, tentei alcançar os passos dos bandeirantes e chegar ao sertão e depois, seguir a trilha de Saint Hilaire para tentar compreender a antiga Rio das Pedras. Já no século XX, a monografia da historiadora Juliana Cristina de Araújo mostrou a alegria dos cascalhoriquenses a partir da presença das bandas de música e, podemos acrescentar aqui, das festas populares que acontecem nos arredores do centro.
Em Uberlândia, fiz o histórico de dois dossiês: o Uberlândia Clube e a Escola Estadual Dr. Duarte Pimentel de Ulhôa. Foram trabalhos bem diferentes. A cidade é grande e para chegarmos às pessoas era preciso agendar, o que nos deixava parados em campo aguardando as entrevistas. Isso me deixava um pouco ansiosa, mas no fim deu tudo certo, as pessoas foram sempre simpáticas e dispostas a ajudar. O arquivo da cidade é ótimo e fomos muito bem recebidos e auxiliados. Mas acho que o momento mais legal dessa viagem à Uberlândia foi a entrevista com o Sr. Rondon Pacheco. Eu precisava falar com ele para dar mais credibilidade ao texto do clube, já que ele esteve presente na festa de inauguração. Ao mesmo tempo, estava escrevendo o dossiê do acervo do Guimarães Rosa e queria saber de quem partiu a idéia de criar o Museu Casa Guimarães Rosa. Foi por acaso que me indicaram quem era ele e onde estava. Foram apenas dez minutos de conversa em um tradicional café do centro. Acho que ele pensou que eu fosse jornalista, com meu caderninho de capa dura, uma lapiseira na mão e a máquina digital em volta do pescoço. Quis ditar para mim as respostas das perguntas que eu fazia. Assim, ele foi o meu mais difícil entrevistado, mas consegui o que queria: palavras dele para falar da primeira festa no clube freqüentado pela “fina flor da sociedade uberlandense” e a confirmação da minha hipótese de que foi ele quem quis criar um museu para Guimarães Rosa.
Em Cordisburgo, cidade de Guimarães Rosa, entrei em contato com o sertão. Dentro da sua antiga casa, passei horas debruçada sobre os documentos. Cartas e textos recebidos ou produzidos por ele. Quando me deparei com os rascunhos de Tutaméia, confesso, fiquei emocionada. Guimarães Rosa escrevia a caneta e depois vinha a lápis cortando e trocando palavras para atingir a perfeição do texto. Ver esse processo de modificação das frases... perdi as minhas palavras. Era como se eu estivesse entrando um pouco no raciocínio do escritor. Ali na minha frente. Era uma aula, uma aula de como um gênio das palavras confere leveza, firmeza, precisão e sonoridade ao texto. Foi simplesmente fabuloso! Voltei para BH e fui escrever sobre o acervo, o museu e o autor. Numa das noites, aquela angústia de quem precisa avançar no texto tomou conta de mim. Peguei o carro, meu pai resolveu me acompanhar, e sai. Fui a uma livraria e comprei o Tutaméia. Eu já tinha lido Sagarana e Grande Sertão: Veredas, mas nunca tinha lido Tutaméia. Eu o li no rascunho, escrito a mão pelo próprio Rosa. Precisava ter um exemplar dessa obra e anotar na primeira página o motivo da aquisição daquele livro. Jamais esquecerei Cordisburgo e o Museu Casa Guimarães Rosa.
Mas Cordisburgo não parou por aí. Ela me revelou muito mais de seu povo e sua história. Após o trabalho do Dossiê de Rosa, fui de novo para aquela cidade para os inventários de patrimônio na zona rural. Sempre com a arquiteta Sofia e o motorista, foram dois, um em um dos dias e o outros nos restantes, andamos na chuva, pisamos em trilhas de barro e atravessamos riachos. Conhecemos uma boa parte da área rural de Cordisburgo: um pedaço do sertão de Rosa. Foram histórias e mais histórias naqueles lugarejos e fazendas. Contaram-nos sobre as festas de santos, as folias de reis, histórias de vida e morte de muitos que ali vivem ou já viveram. Em cada casa, eram biscoitos, cafés e muita conversa, com aquele sotaque e sorriso gostosos de gente do interior.
Para completar o sertão, fui parar em Pirapora. O rio São Francisco estava tão cheio que era possível ver apenas o topo das traves do campo que ficava na praia, nem vi as pedras que tem ali. A água estava tão alta que algumas pessoas da cidade pescavam na mureta da orla. O trabalho em Pirapora foi esparso e estranho. Íamos de carro para os bairros mais afastados do centro e acabávamos tendo que fazer o inventário de uma área inteira porque nunca havia um monumento ou uma casa mais específica. Em alguns bairros, a atividade seguiu melhor fluxo e conseguimos conversar com as pessoas. Algumas pessoas me marcaram: uma senhora idosa que perdeu tudo na enchente na década de 1970, mas que nos atendeu com o sorriso muito feliz, um senhor muito simpático que nos contou a história do antigo aeroporto e a esposa do principal fazedor de carrancas da região que nos falou sobre seu marido e a arte das carrancas. Foi lá que eu e a arquiteta Mônica experimentamos um excelente surubim na brasa. Que delícia! E eu comprei uma carranquinha para meu chaveiro.
Pouso Alegre foi a primeira cidade que trabalhei para o exercício de 2008. A parte mais interessante dos seus IPACs foi o cemitério. Há dois túmulos cujos visitantes acreditam que os defuntos podem fazer milagres. Um deles pertence ao Dr. Coutinho e o outro a uma cigana. Ele era um médico muito caridoso que dava remédios aos pacientes carentes. Após o seu enterro houve uma infiltração no cimento do túmulo e começou a escorrer uma água que muitas pessoas entenderam como lágrimas que podem curar. Já a cigana é procurada para questões amorosas e seu túmulo está cheio de cera e batom.
Na região de Rio Preto e Santa Rita de Jacutinga, duas cidades próximas, a arquiteta Juliana e eu fizemos IPACs e completamos alguns dossiês. Muitas vezes não fomos bem tratadas, mas não foi em todos os casos. Ali o que mais me chamou a atenção foi a forma com que as pessoas tratam o caso dos Bustamantes Fortes, antigos proprietários da Fazenda Santa Clara. O dono da fazenda no XIX é considerado uma pessoa muito má e contam que ele cometia atrocidades com todos ao redor. No fim, aquela maldade toda estimulou minha curiosidade. Um dia vou estudar melhor o caso.
Por fim, menciono Nepomuceno. Trabalhei com a cidade nos dois últimos exercícios. Lá fiz alguns dossiês e o histórico do município, além de IPACs. Nepomuceno é a cidade de meus antepassados e cada rua ou história parece saber quem eu sou. Isso é um pouco estranho. Gostei muito do lugar e dos seus arredores. Jamais esquecerei a ida a Santo Antônio do Cruzeiro, antiga Trumbuca, onde conversei com pessoas muito engraçadas e simpáticas. Também me lembro do Porto dos Mendes, lindo, calmo e quente... a capela, o sino, o rio. As pesquisas sobre o Porto me incomodam até hoje porque não consegui descobrir o seu antigo nome, anterior a meados do XIX, mas continuarei procurando!
Com o tempo, colocarei nesse blog os textos dessas cidades e contarei um pouco do meu trabalho de pesquisa para ICMS Cultural. Em geral, postarei o texto final e depois as considerações acerca do trabalho, descrevendo o processo de descoberta das fontes e da ida aos locais de pesquisa. Começarei com o Sino do Porto dos Mendes.
Em Santa Vitória, lidei com um trabalho inacabado de um senhor já falecido e amante dos fatos. Seus textos me proporcionaram muitas pistas para construir aquela história. Adorei cada momento. Pensava naquela terra ampla e larga, quente e clara todas as vezes que ia escrever. Lembrava-me do sol, do céu azul e da hospitalidade das pessoas. Gostei de ver o rio que fazia a divisa com o município vizinho e procurar incessantemente os dados sobre a antiga fazenda que deu origem ao lugar.
Cascalho Rico é uma cidade pequena cheia de pessoas alegres, entre elas, o Sargento Avenir. Ele me ajudou bastante com seu arquivo PDF sobre a história do lugar. A partir do que ele escreveu e de suas citações, tentei alcançar os passos dos bandeirantes e chegar ao sertão e depois, seguir a trilha de Saint Hilaire para tentar compreender a antiga Rio das Pedras. Já no século XX, a monografia da historiadora Juliana Cristina de Araújo mostrou a alegria dos cascalhoriquenses a partir da presença das bandas de música e, podemos acrescentar aqui, das festas populares que acontecem nos arredores do centro.
Em Uberlândia, fiz o histórico de dois dossiês: o Uberlândia Clube e a Escola Estadual Dr. Duarte Pimentel de Ulhôa. Foram trabalhos bem diferentes. A cidade é grande e para chegarmos às pessoas era preciso agendar, o que nos deixava parados em campo aguardando as entrevistas. Isso me deixava um pouco ansiosa, mas no fim deu tudo certo, as pessoas foram sempre simpáticas e dispostas a ajudar. O arquivo da cidade é ótimo e fomos muito bem recebidos e auxiliados. Mas acho que o momento mais legal dessa viagem à Uberlândia foi a entrevista com o Sr. Rondon Pacheco. Eu precisava falar com ele para dar mais credibilidade ao texto do clube, já que ele esteve presente na festa de inauguração. Ao mesmo tempo, estava escrevendo o dossiê do acervo do Guimarães Rosa e queria saber de quem partiu a idéia de criar o Museu Casa Guimarães Rosa. Foi por acaso que me indicaram quem era ele e onde estava. Foram apenas dez minutos de conversa em um tradicional café do centro. Acho que ele pensou que eu fosse jornalista, com meu caderninho de capa dura, uma lapiseira na mão e a máquina digital em volta do pescoço. Quis ditar para mim as respostas das perguntas que eu fazia. Assim, ele foi o meu mais difícil entrevistado, mas consegui o que queria: palavras dele para falar da primeira festa no clube freqüentado pela “fina flor da sociedade uberlandense” e a confirmação da minha hipótese de que foi ele quem quis criar um museu para Guimarães Rosa.
Em Cordisburgo, cidade de Guimarães Rosa, entrei em contato com o sertão. Dentro da sua antiga casa, passei horas debruçada sobre os documentos. Cartas e textos recebidos ou produzidos por ele. Quando me deparei com os rascunhos de Tutaméia, confesso, fiquei emocionada. Guimarães Rosa escrevia a caneta e depois vinha a lápis cortando e trocando palavras para atingir a perfeição do texto. Ver esse processo de modificação das frases... perdi as minhas palavras. Era como se eu estivesse entrando um pouco no raciocínio do escritor. Ali na minha frente. Era uma aula, uma aula de como um gênio das palavras confere leveza, firmeza, precisão e sonoridade ao texto. Foi simplesmente fabuloso! Voltei para BH e fui escrever sobre o acervo, o museu e o autor. Numa das noites, aquela angústia de quem precisa avançar no texto tomou conta de mim. Peguei o carro, meu pai resolveu me acompanhar, e sai. Fui a uma livraria e comprei o Tutaméia. Eu já tinha lido Sagarana e Grande Sertão: Veredas, mas nunca tinha lido Tutaméia. Eu o li no rascunho, escrito a mão pelo próprio Rosa. Precisava ter um exemplar dessa obra e anotar na primeira página o motivo da aquisição daquele livro. Jamais esquecerei Cordisburgo e o Museu Casa Guimarães Rosa.
Mas Cordisburgo não parou por aí. Ela me revelou muito mais de seu povo e sua história. Após o trabalho do Dossiê de Rosa, fui de novo para aquela cidade para os inventários de patrimônio na zona rural. Sempre com a arquiteta Sofia e o motorista, foram dois, um em um dos dias e o outros nos restantes, andamos na chuva, pisamos em trilhas de barro e atravessamos riachos. Conhecemos uma boa parte da área rural de Cordisburgo: um pedaço do sertão de Rosa. Foram histórias e mais histórias naqueles lugarejos e fazendas. Contaram-nos sobre as festas de santos, as folias de reis, histórias de vida e morte de muitos que ali vivem ou já viveram. Em cada casa, eram biscoitos, cafés e muita conversa, com aquele sotaque e sorriso gostosos de gente do interior.
Para completar o sertão, fui parar em Pirapora. O rio São Francisco estava tão cheio que era possível ver apenas o topo das traves do campo que ficava na praia, nem vi as pedras que tem ali. A água estava tão alta que algumas pessoas da cidade pescavam na mureta da orla. O trabalho em Pirapora foi esparso e estranho. Íamos de carro para os bairros mais afastados do centro e acabávamos tendo que fazer o inventário de uma área inteira porque nunca havia um monumento ou uma casa mais específica. Em alguns bairros, a atividade seguiu melhor fluxo e conseguimos conversar com as pessoas. Algumas pessoas me marcaram: uma senhora idosa que perdeu tudo na enchente na década de 1970, mas que nos atendeu com o sorriso muito feliz, um senhor muito simpático que nos contou a história do antigo aeroporto e a esposa do principal fazedor de carrancas da região que nos falou sobre seu marido e a arte das carrancas. Foi lá que eu e a arquiteta Mônica experimentamos um excelente surubim na brasa. Que delícia! E eu comprei uma carranquinha para meu chaveiro.
Pouso Alegre foi a primeira cidade que trabalhei para o exercício de 2008. A parte mais interessante dos seus IPACs foi o cemitério. Há dois túmulos cujos visitantes acreditam que os defuntos podem fazer milagres. Um deles pertence ao Dr. Coutinho e o outro a uma cigana. Ele era um médico muito caridoso que dava remédios aos pacientes carentes. Após o seu enterro houve uma infiltração no cimento do túmulo e começou a escorrer uma água que muitas pessoas entenderam como lágrimas que podem curar. Já a cigana é procurada para questões amorosas e seu túmulo está cheio de cera e batom.
Na região de Rio Preto e Santa Rita de Jacutinga, duas cidades próximas, a arquiteta Juliana e eu fizemos IPACs e completamos alguns dossiês. Muitas vezes não fomos bem tratadas, mas não foi em todos os casos. Ali o que mais me chamou a atenção foi a forma com que as pessoas tratam o caso dos Bustamantes Fortes, antigos proprietários da Fazenda Santa Clara. O dono da fazenda no XIX é considerado uma pessoa muito má e contam que ele cometia atrocidades com todos ao redor. No fim, aquela maldade toda estimulou minha curiosidade. Um dia vou estudar melhor o caso.
Por fim, menciono Nepomuceno. Trabalhei com a cidade nos dois últimos exercícios. Lá fiz alguns dossiês e o histórico do município, além de IPACs. Nepomuceno é a cidade de meus antepassados e cada rua ou história parece saber quem eu sou. Isso é um pouco estranho. Gostei muito do lugar e dos seus arredores. Jamais esquecerei a ida a Santo Antônio do Cruzeiro, antiga Trumbuca, onde conversei com pessoas muito engraçadas e simpáticas. Também me lembro do Porto dos Mendes, lindo, calmo e quente... a capela, o sino, o rio. As pesquisas sobre o Porto me incomodam até hoje porque não consegui descobrir o seu antigo nome, anterior a meados do XIX, mas continuarei procurando!
Com o tempo, colocarei nesse blog os textos dessas cidades e contarei um pouco do meu trabalho de pesquisa para ICMS Cultural. Em geral, postarei o texto final e depois as considerações acerca do trabalho, descrevendo o processo de descoberta das fontes e da ida aos locais de pesquisa. Começarei com o Sino do Porto dos Mendes.
Tuesday, 9 October 2007
Introdução
Criei esse blog para divulgar algumas idéias e pesquisas. Pretendo escrever sobre minhas andanças pelos arquivos e bibliotecas do Brasil e, futuramente, da Inglaterra, onde moro. Tratarei de temas diversos sobre história e historiografia do Brasil e com o tempo vou colocando minhas impressões acerca da História na Inglaterra.
O blog será composto de textos e fotos com as pesquisas sobre o cooperativismo mineiro que resultaram em minha dissertação de mestrado. Adicionarei também os textos e os caminhos da pesquisa sobre a história de Manoel Corrêa de Souza Lima e seu avô, José Antônio de Lima. Esse trabalho se desmembrou em vários outros projetos e aqui eu explicarei a importância dos dois personagens. Colocarei os trabalhos do ICMS Cultural de Minas Gerais, Ano 2007/Exercício 2008, e a história de várias localidades mineiras. Acho que isso pode auxiliar os historiadores no próximo ano. E, ainda, descreverei algumas das atividades realizadas com os alunos da Escola Estadual Josefina Wanderley Azeredo, em Honório Bicalho, Nova Lima – MG, na busca pela história da região.
Por fim, espero que esse site possa contribuir para o trabalho de outros historiadores e amantes da história. E, mais que isso, que os temas aqui abordados sejam interessantes e agradáveis para a leitura dos desavisados navegadores da internet.
Liliane Corrêa
O blog será composto de textos e fotos com as pesquisas sobre o cooperativismo mineiro que resultaram em minha dissertação de mestrado. Adicionarei também os textos e os caminhos da pesquisa sobre a história de Manoel Corrêa de Souza Lima e seu avô, José Antônio de Lima. Esse trabalho se desmembrou em vários outros projetos e aqui eu explicarei a importância dos dois personagens. Colocarei os trabalhos do ICMS Cultural de Minas Gerais, Ano 2007/Exercício 2008, e a história de várias localidades mineiras. Acho que isso pode auxiliar os historiadores no próximo ano. E, ainda, descreverei algumas das atividades realizadas com os alunos da Escola Estadual Josefina Wanderley Azeredo, em Honório Bicalho, Nova Lima – MG, na busca pela história da região.
Por fim, espero que esse site possa contribuir para o trabalho de outros historiadores e amantes da história. E, mais que isso, que os temas aqui abordados sejam interessantes e agradáveis para a leitura dos desavisados navegadores da internet.
Liliane Corrêa
Monday, 8 October 2007
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